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SOBRE O EVENTO

Início: 05/07/2023 00:00
Fim: 05/07/2023 00:00

Data foi escolhida em homenagem ao estilista francês Louis Réard, que em 5 de julho de 1946 apresentou pela primeira vez o biquíni moderno na Piscina Molitor, em Paris, na França

Nesta quarta-feira, 5 de julho, é comemorado o Dia Mundial do Biquíni. A peça, como conhecemos hoje, surgiu na década de 1940, mas a ideia de trajes de banho menores já existia em civilizações antigas. 

Nos anos 20, eram peças coladas ao corpo e em modelagens bem grandes, como camisetas, regatas e bermudas. 

Apesar de estarmos no inverno, hoje, 5 de julho, é comemorado o “Dia Mundial do Biquíni”, a peça de vestuário que é a cara do Brasil e revolucionou as roupas de banho em todo o mundo. Sucesso no verão e em dias quentes, ele é muito usado em praias, clubes e piscinas.

Você sabia que o biquíni como conhecemos hoje passou por várias mudanças e enfrentou diversas “lutas” até chegar nas peças que estão estampadas nas vitrines atuais?

De acordo com a historiadora Patrícia Merlo, as roupas de banho foram se modificando ao longo da história. Na Antiguidade, os banhos comunais em saunas, especialmente, faziam parte integral do cotidiano da sociedade grega. E, embora os frequentadores despissem suas roupas, trajes semelhantes aos biquínis modernos foram registrados em torno de 350 a.C. em afrescos.

“O hábito foi adotado pelos romanos, mas, com a queda do império e a ascensão do cristianismo, a atividade recreativa caiu no esquecimento e só voltou a ser mencionada novamente já na Época Moderna”.

Segundo a especialista, no início do século XIX, para evitar a exposição dos corpos, cabines ficavam nas praias e, com rodinhas, eram empurradas até a beira do mar. Os tecidos eram pesados para evitar transparências e as mulheres costuravam pesos nas bainhas dos vestidos, para impedir que a água os levantasse. “Chapéus, lenços, meias e luvas eram acessórios comuns. A peça ficava na altura do joelho, a regra era que nenhuma parte do corpo ficasse exposta”, detalhou.

Dia Mundial do Biquíni: de polêmico a ícone da moda
Foto: Revista da Semana/divulgação

No entanto, um pouco mais adiante, no final do século XIX, surgiu uma inovação: o corte “princesa”, espécie de macacão com blusa de mangas curtas e bermudas longas. Com este traje, às mulheres conseguiam nadar com maior naturalidade, mas o fato de deixar corpo mais à mostra ainda era um problema. Pensando nisso, saias removíveis podiam ser amarradas em torno da cintura, como um avental.

Já no início do século XX, a nadadora australiana Annette Kellerman desenvolveu uma nova peça: um traje de tricô, justo, que deixava os braços e pernas livres. Na época, a vestimenta provocou uma grande repercussão que levou a prisão da atleta em uma viagem aos Estados Unidos, por “exposição indecente”.

“Foi apenas com o fim da Primeira Guerra, na década de 1920, que as atividades recreativas se intensificaram e a evolução dos trajes de banho também. A Speedo lançou a primeira roupa que não era feita de lã e se parecia com um maiô tal como conhecido atualmente”, ressaltou a historiadora.

1946: Apresentado o primeiro biquíni

Foi na década de 1940, no ano de 1946, inspirado nos testes nucleares, que o francês Louis Réard (1897-1984) apresentou sua coleção de moda praia no dia 5 de julho, à beira da piscina pública Molitor, atraindo olhares de pessoas e, principalmente, da mídia. A dançarina Micheline Bernardini foi a modelo da ocasião.

Dia Mundial do Biquíni: de polêmico a ícone da moda
Foto: Deutsche Welle

A peça foi batizada de bikini (nome inspirado no atol de Bikini onde eram realizadas explosões atômicas experimentais). A roupa possuía uma tirinha estreita na lateral e mostrava o umbigo, região, até então, considerada muito íntima. O escândalo foi tanto que a imprensa noticiou timidamente essa invenção.

“INICIALMENTE USADO APENAS POR VEDETES, O TRAJE LOGO FOI ADOTADO PELAS BANHISTAS”, DIZ PATRÍCIA

Peça chegou a ser ser proibida no Brasil

A historiadora Patrícia contou que, no Brasil, a peça foi proibida durante o governo Jânio Quadros, na década de 1960, pois era considerada indecente. Só na década de 1970 ela voltou a ser usada, mas ainda não era popular.

Em 1974, a tanga foi inventada no Estado do Rio de Janeiro. Considerada a maior revolução desde o biquíni, ela foi criada por David Azulay. Seis anos depois, o Brasil lançou o asa-delta, um modelo bem cavado. Já na década de 1980, foi a vez do fio dental.

Quando a empresa Du Pont desenvolveu a Lycra, ou elastano, em 1959, as roupas de banho grossas passaram a ser substituídas pelo novo tecido de secagem rápida. “A maleabilidade e a resistência da fibra sintética permitiram diminuir o tamanho das peças, que se amoldam ao corpo. Além disso, a popularização das novas peças de banho possuem relação direta com a revolução sexual e uma maior afirmação feminina no contexto político ocidental”, finalizou.