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‘Nunca mais piso em um bar’, diz homem que escapou de chacina
Notícias
Publicado em 24/02/2023

O motorista por aplicativo Alcimar José da Silva Camargo afirma que nunca mais frequentá um bar, após escapar da chacina registrada em Sinop, a cerca de 500 km de Cuiabá, nesta terça-feira (21), depois que os atiradores perderam partidas de sinuca no estabelecimento.
A polícia identificou os atiradores como Edgar Ricardo de Oliveira, de 30 anos, e Ezequias Souza Ribeiro, de 27 anos. Eles estão foragidos. A Polícia Civil solicitou a prisão temporária da dupla e as forças de segurança estaduais, com apoio do Batalhão de Operações Especiais (Bope), trabalham nas buscas pelos suspeitos.
Alcimar contou à TV Centro América que estava no local momentos antes da tragédia que matou sete pessoas – entre elas, uma adolescente de 12 anos, identificada como Larissa Frasao de Almeida.
“Nunca mais eu piso em um bar. Se me disserem que tem um bar com mesa de sinuca, baralho, eu estou fora”, disse. "Nasci de novo”.
De acordo com ele, todas as vítimas eram conhecidas e frequentavam o estabelecimento. Ele era amigo de infância de Maciel Bruno de Andrade Costa, de 35 anos, dono do bar e um dos primeiros a serem mortos pelos atiradores.
“Estou até agora sem acreditar. Para mim é uma mentira. Não dormi à noite e estou sem chão”, lamentou.
A Perícia Oficial e Identenficação Técnica (Politec) identificou as vítimas como:
Larissa Frasao de Almeida – 12 anos (filha de Getúlio, que também foi morto, e de Raquel Gomes de Almeida, que sobreveu à chacina)
Getúlio Rodrigues Frasão Júnior – 36 anos (pai de Larissa e marido de Raquel Gomes de Almeida, que sobreveu à chacina)
Orisberto Pereira Sousa – 38 anos
Adriano Balbinote – 46 anos
Josué Ramos Tenório – 48 anos
Maciel Bruno de Andrade Costa – 35 anos
Elizeu Santos da Silva – 47 anos (ele chegou a ser socorrido com vida, mas morreu no hospital)
Getúlio e Larissa eram naturais do Maranhão e os corpos devem ser levados para o município de Governador Nunes Freira, a 224 km de São Luís, na manhã desta quinta-feira (22). O pai morava em Mato Grosso há cerca de três anos e trabalhava como pedreiro. A filha havia se mudado recentemente para Sinop para estudar, segundo a família.
Duas pessoas sobreviveram: Raquel Gomes de Almeida, mãe de Raquel e esposa de Getúlio, e Luiz Carlos Souza Barbosa, sobrinho de Getúlio.

De acordo com o delegado Bráulio Junqueira, Edgar participava de um jogo de sinuca contra Getúlio, uma das vítimas, e perdeu cerca de R$ 4 mil pela manhã. No período da tarde, ele voltou na companhia de Ezequiel e desafiou Getúlio novamente. Eles jogaram mais algumas partidas e também perderam.
Segundo o delegado, Edgar ficou revoltado e, em seguida, deu um sinal para Ezequias, que rendeu todas as pessoas, enquanto o comparsa pegava uma espingarda no carro.
"O primeiro a disparar foi o Ezequias, que deu um tiro no Bruno, dono do bar, e depois um tiro pelas costas do Getúlio, que caiu e recebeu mais dois tiros na cabeça. Enquanto isso, Edgar disparava de 12", explicou.
Bráulio afirmou que nove pessoas foram rendidas e apenas duas delas sobreviveram. Conforme relato de testemunhas à polícia, o clima no local era tranquilo e não houve discussão ou qualquer outra desavença no bar antes do crime.

 

 

 

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