A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira a Operação Retomada com o objetivo de desmantelar um esquema criminoso que envolve invasão de terras da União e desmatamento para criação de gado na região da Floresta Amazônica, segundo reporta o Folhamax.
Três mandados de busca e apreensão foram cumpridos nos municípios de Novo Progresso, no Pará, e Sinop, em Mato Grosso, após investigações iniciadas pela PF em Santarém/PA.
O inquérito policial revelou que o grupo criminoso utilizava cadastros fraudulentos no Cadastro Ambiental Rural, em nome de terceiros, para desmatar áreas próximas às suas propriedades.
A intenção era proteger os verdadeiros responsáveis pela exploração ilegal, transferindo processos criminais e administrativos para os participantes sem patrimônio.
Até o momento, a investigação identificou que o grupo se apossou de mais de 21 mil hectares de terras da União, e o desmatamento já ultrapassou 6,5 mil hectares de floresta, equivalente a quase quatro Ilhas de Fernando de Noronha/PE.
Os danos ambientais se agravam pela ocupação de áreas próximas a terras indígenas e unidades de conservação. O líder do grupo já foi autuado 11 vezes e recebeu seis embargos do Ibama por irregularidades.
Perícias da PF também apontam danos ambientais em terras indígenas, como a Terra Indígena Baú.
A Justiça determinou o bloqueio de R$ 116 milhões, valor mínimo estimado dos recursos florestais extraídos e para recuperação da área atingida.
Além disso, foram realizados o sequestro de veículos, 16 fazendas e imóveis, e a indisponibilidade de 10 mil cabeças de gado.
As investigações seguem em andamento, e a operação representa um importante passo no combate aos crimes ambientais na região amazônica.
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Publicado em 03 de Agosto de 2023 , 07h01 - Atualizado as 07h42