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Família Reinheimer comemorou nesse dia 09 de julho, meio século da chegada em Juara.
Notícias
Publicado em 10/07/2024

A família do senhor Arno Aldivino Reinheimer e dona Irena Reinheimer, comemorou nesta terça-feira, dia 09 de julho de 2024, meio século da chegada em Juara, trazendo na mudança nenhum móvel, apenas uma trilhadeira, muitas sementes para plantar, bicicleta e uma vaca de leite.

Foram 10 dias de viagem de Santa Catarina à Porto dos Gaúchos, onde chegaram à noite. Uma vez que acabou o combustível do caminhão faltando 03 km para chegar ao destino, tiveram que descer as bicicletas para conseguir buscar diesel para abastecer o caminhão.

O Show de Notícias visitou neste domingo, dia 07 de julho, o casal Arno Aldivino Reinheimer, hoje com 86 anos de idade, e a senhora Irena Reinheimer, com 83 anos.

Ambos descentes de alemão, ele catarinense de Palmito, Santa Catarina, Arno contou histórias da sua vida e das dificuldades enfrentadas no início da vida no Vale do Arinos. O pioneiro contou como conheceu a jovem Irena Reinheimer, gaúcha de Sarandi, Rio Grande do Sul, que ainda menina mudou-se com a família para Sombrio, onde ele morava. Mas foi Dona Irena que deu mais detalhes do início do namoro.

Lá se vão 66 anos de casados, um relacionamento que começou no sul do país, onde se conheceram, namoraram, casaram e tiveram dois filhos, que nasceram em Santa Catarina. Cláudio, falecido em janeiro deste ano, chegou em Juara com 15 anos e Ilmo, com 11 anos, hoje mora próximo aos pais.

Arno contou que vendeu a terra que tinha em Santa Catarina por um preço abaixo do valor venal e veio para o Vale do Arinos, para o município de Porto dos Gaúchos, porque, segundo ele, seu pai que lia muitos jornais ficou sabendo sobre a região. Primeiro veio de avião conhecer as terras, desceram em Juara, depois foram a Porto dos Gaúchos e acabaram indo parar em Aripuanã.

Ele relembra que Juara tinha apenas 03 casas, um pequeno hotel e as famílias se instalavam embaixo de barracos de lona. Até que conseguiram construir a casa e adquiriram uma terra para trabalhar e fazer a vida, junto com os filhos.

Dona Irena contou que gostava muito de trabalhar na roça, mas o marido era mais de serviço artesanal, como fabricação de móveis, construção e carpintaria. A dúvida, segundo ela, era se a terra iria produzir como produzia no sul do Brasil, mas a surpresa foi grande, uma vez que a produção superou a expectativa. Uma das coisas que ela relembrou é que não tinha tijolo para construir uma fornalha para assar pão e outros alimentos, mas alguém teve a ideia de usar um cupinzeiro para construir o primeiro forno e deu certo.

Dona Irena conta que ajudou as parteiras no nascimento de muitas crianças de Juara e sua casa virou uma verdadeira enfermaria, onde cuidava de pessoas com malária, chegando a ter 15 pacientes sob seus cuidados. Como não tinha remédio, as pessoas eram tratadas com chá, até que todos recuperaram a saúde, sem nenhum óbito. Mais tarde apareceu o Toninho, que montou a primeira farmácia da cidade.

Com muita alegria, o casal falou dos percalços que tiveram na vida, inclusive com sérios problemas de saúde, mas se dizem satisfeitos por viverem até agora e que estão preparados para irem até o final da vida, cuidando um do outro.

Sobre a diferença de Juara de hoje com a Juara que os recebeu em 09 de julho de 1974, Dona Irena disse: “Aqueles que chegam hoje devem agradecer a Deus pela cidade que existe hoje, já que é um lugar muito bom para se viver. Não temos o que reclamar de Juara, passamos momentos difíceis, mas a maioria foram momentos bons”. Finalizou dona Irena.

 

 

 

 

 Show de Notícias
Publicado em 10 de Julho de 2024 07h29 - Atualizado as 07h37

 

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