Durante um evento público realizado recentemente, o prefeito de Tabaporã, Carlos Borchardt, o Carlão Borchardt (PL), fez um pronunciamento contundente sobre as mudanças implementadas na administração municipal, especialmente no que diz respeito ao plano de carreira e ao pagamento de horas extras no serviço público.

O pronunciamento do prefeito foi postado em uma rede social da prefeitura de Tabaporã.

Segundo o prefeito, a alteração no cronograma de cargos e carreiras revelou irregularidades graves. Ele afirmou que a prefeitura pagava mais de R$ 300 mil por mês em horas extras ilegais, usadas para complementar salários de servidores que, segundo ele, não realizavam o trabalho correspondente.

“A prefeitura pagava mais de 300 mil reais ilegais em hora extra para completar salário, sendo que a pessoa não trabalhava”, declarou.

Carlão Borchardt também citou casos específicos envolvendo pessoas ligadas à própria gestão e até do legislativo municipal. Em um dos exemplos mencionados, ele afirmou que a esposa de um vereador teria recebido 80 horas extras por mês durante 12 meses, também de forma ilegal.

O prefeito destacou que as mudanças no plano de carreira foram necessárias para corrigir distorções antigas e que, pela primeira vez em muitos anos, a administração decidiu enfrentar situações que, segundo ele, beneficiavam grupos específicos.

“Plano de carreira, a gente mexeu na ferida. Há muitos anos ninguém se mexia, beneficiava A, B, fazia para um lado, fazia para o outro. A gente fez o que é certo, o que é justo”, afirmou.

Borchardt reconheceu que as alterações têm gerado insatisfação e denúncias, mas reforçou que o objetivo da gestão é agir dentro da legalidade. Ele se colocou à disposição para revisar eventuais falhas, caso o setor jurídico da prefeitura ou a Câmara Municipal identifiquem erros.

O prefeito também comentou sobre críticas relacionadas ao aumento do próprio salário, negando ter interesse financeiro no cargo. Ele afirmou que, ao longo de quase um ano de mandato, nunca utilizou carro oficial, diárias ou recursos públicos para custear deslocamentos a Cuiabá.

“Eu nunca andei num carro da prefeitura, nunca peguei um real de diária. Meu carro, hotel, meu avião para Cuiabá ida e volta, tudo 100% do meu bolso”, destacou.

O pronunciamento do prefeito repercutiu entre servidores e moradores, reacendendo o debate sobre transparência, responsabilidade fiscal e a necessidade de reformas estruturais na administração pública de Tabaporã.