Enquanto servidores cobram respostas, a possível abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar denúncias de fraudes em empréstimos consignados de servidores públicos de Mato Grosso acabou sendo transformada em um “cabo de guerra” entre os deputados Henrique Lopes (PT) e Gilberto Cattani (PL) nesta quarta-feira (11).
De espectros políticos opostos, os parlamentares anunciaram, que estavam colhendo assinaturas para instalar o grupo de investigação com foco no mesmo tema. O bolsonarista Gilberto Cattani afirmou já ter conseguido algumas assinaturas, mas não revelou a quantidade ou os nomes dos deputados que o apoiam.
“Nós apresentamos o requerimento, estamos colhendo as assinaturas. Esperamos consegui-las. É uma forma de a Assembleia Legislativa protagonizar essa luta para sanar de vez esse problema. Temos leis aqui que não são respeitadas. Precisamos entender o motivo”, disse Cattani, alegando ainda ter buscado apoio de parlamentares do PT, mas sem sucesso até o momento.
Enquanto conversava com jornalistas no Salão Negro da Casa de Leis, Cattani foi questionado se assinaria a CPI proposta pelo adversário político, preferiu não se comprometer. “Tenho que ver qual que é o objetivo. O meu objetivo eu sei qual é”, respondeu.
Do outro lado, Henrique Lopes (PT) assegurou já ter ao menos 3 apoios confirmados: o dele próprio, o do deputado Lúdio Cabral (PT), coautor da proposta, e o compromisso da deputada Janaína Riva (MDB). Ele destacou que sua CPI não tem como objetivo rivalizar com a de Cattani, mas sim dar continuidade às discussões iniciadas por meio de audiência pública e da instalação de uma mesa técnica.
“A minha proposta de CPI nasce de um processo que já está em andamento. A mesa técnica já se reuniu, ouviu o Tribunal de Contas e os servidores. Não vejo problema em assinar a CPI do deputado Cattani, desde que tenha fato determinado. O importante é investigar”, ponderou o petista.